A Leishmaniose Visceral é considerada uma antropozoonose (doença que se transmite
dos animais aos homens e vice-versa) e atualmente está entre as seis endemias prioritárias
do mundo (OMS). Essa doença apresenta ampla distribuição mundial e mais de 90% dos
casos que ocorrem na América Latina, são diagnosticados no Brasil.
dos animais aos homens e vice-versa) e atualmente está entre as seis endemias prioritárias
do mundo (OMS). Essa doença apresenta ampla distribuição mundial e mais de 90% dos
casos que ocorrem na América Latina, são diagnosticados no Brasil.
O cão é o portador mais bem estudado e por isso é considerado o principal reservatório
doméstico, servindo como fonte de infecção para o inseto vetor. Porém outros animais
como gatos, raposas, gambás, roedores, também são reservatórios da doença.
doméstico, servindo como fonte de infecção para o inseto vetor. Porém outros animais
como gatos, raposas, gambás, roedores, também são reservatórios da doença.
Hoje, um decreto federal do senado, nº 51.838, de 14 de março de 1963, condena
todos os animais com suspeita de Leishmaniose Visceral Canina a serem eutanasiados,
e como se não bastasse, uma portaria interministerial nº 1.426, de 11 de julho de 2008,
proíbe o tratamento de cães com a doença com produtos de uso humano ou não
registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
todos os animais com suspeita de Leishmaniose Visceral Canina a serem eutanasiados,
e como se não bastasse, uma portaria interministerial nº 1.426, de 11 de julho de 2008,
proíbe o tratamento de cães com a doença com produtos de uso humano ou não
registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Ao contrário do que tem sido divulgado, a OMS e vários pesquisadores questionam a
eficácia do sacrifício de animais como medida de combate à doença, visto que
mesmo com a matança de animais por sucessivos anos, o número de pessoas
infectadas com a doença só tem aumentado.
eficácia do sacrifício de animais como medida de combate à doença, visto que
mesmo com a matança de animais por sucessivos anos, o número de pessoas
infectadas com a doença só tem aumentado.
O Brasil é o único país do mundo que mata animais com leishmaniose como forma
de controle da doença. E os resultados globais apresentados pelo Ministério da Saúde
denotam que a adoção de tal técnica não tem obtido os resultados esperados.
de controle da doença. E os resultados globais apresentados pelo Ministério da Saúde
denotam que a adoção de tal técnica não tem obtido os resultados esperados.
Atualmente, os principais métodos utilizados para o diagnóstico sorológico são:
o ELISA (Reação Imunoenzimática) e a RIFI (Reação de Imunofluorescência
Indireta) utilizando antígenos totais, e objetivam detectar anticorpos contra Leishmania.
Porém estes apresentam um alto índice de resultados falso-negativos, pela demora em
apresentar a produção de anticorpos para o teste detectar (em média três meses após ser
infectado), e também de resultados falso- positivos, já que outras doenças podem
apresentar reações cruzadas como: chagas, toxoplasmose, erliquiose, co-infecção
por erliquiose e babesiose e neosporose (Zanette, et al., 2006).
o ELISA (Reação Imunoenzimática) e a RIFI (Reação de Imunofluorescência
Indireta) utilizando antígenos totais, e objetivam detectar anticorpos contra Leishmania.
Porém estes apresentam um alto índice de resultados falso-negativos, pela demora em
apresentar a produção de anticorpos para o teste detectar (em média três meses após ser
infectado), e também de resultados falso- positivos, já que outras doenças podem
apresentar reações cruzadas como: chagas, toxoplasmose, erliquiose, co-infecção
por erliquiose e babesiose e neosporose (Zanette, et al., 2006).
Estudos indicam que os diagnósticos sorológicos apresentam um índice de resultados
falso-positivos chegam a 48% e devem ser utilizados, estritamente, para levantamento
epidemiológico e nunca como critério de diagnóstico da doença.
falso-positivos chegam a 48% e devem ser utilizados, estritamente, para levantamento
epidemiológico e nunca como critério de diagnóstico da doença.
Os exames parasitológicos são os mais indicados para o diagnóstico seguro e são considerados
como o teste padrão ouro para o diagnóstico da doença. Os testes sorológicos utilizando
proteínas recombinantes aumentam a especificidade do teste minimizando a ocorrência de
reações cruzadas, mas que, ainda assim, ocorrem em número expressivo.
como o teste padrão ouro para o diagnóstico da doença. Os testes sorológicos utilizando
proteínas recombinantes aumentam a especificidade do teste minimizando a ocorrência de
reações cruzadas, mas que, ainda assim, ocorrem em número expressivo.
O exame parasitológico direto é realizado por meio de punção de órgão linfóides, como linfonodos,
baço e medula óssea. Trata-se de um teste de alta especificidade. Ou seja, uma vez visualizado
o parasito, não há dúvidas quanto à positividade da amostra. É considerado o mais confiável por
especialistas para a confirmação do estado de portador.
baço e medula óssea. Trata-se de um teste de alta especificidade. Ou seja, uma vez visualizado
o parasito, não há dúvidas quanto à positividade da amostra. É considerado o mais confiável por
especialistas para a confirmação do estado de portador.
O Manual de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral Americana do Estado de São
Paulo não preconiza a realização de exames de contraprova e se este, por motivos de
força maior (solicitação judicial) for realizado, só serão aceitos os resultados obtidos
de Laboratório de Referência Estadual. Esse importante fato, isoladamente, já condena a
morte de milhares de cães, cujo primeiro exame diagnóstico, devido a sua precariedade, pode
ter acusado falso positivo, além de impor ao proprietário do animal, que contestar o resultado
positivo, a obrigatoriedade de sobrecarregar ainda mais Poder Judiciário, com um processo que
pode levar anos para ser concluído, piorando ainda mais a situação, principalmente no caso
do animal ser realmente portador e reservatório da zoonose, uma vez que o mesmo, até a
confirmação não será tratado.
Paulo não preconiza a realização de exames de contraprova e se este, por motivos de
força maior (solicitação judicial) for realizado, só serão aceitos os resultados obtidos
de Laboratório de Referência Estadual. Esse importante fato, isoladamente, já condena a
morte de milhares de cães, cujo primeiro exame diagnóstico, devido a sua precariedade, pode
ter acusado falso positivo, além de impor ao proprietário do animal, que contestar o resultado
positivo, a obrigatoriedade de sobrecarregar ainda mais Poder Judiciário, com um processo que
pode levar anos para ser concluído, piorando ainda mais a situação, principalmente no caso
do animal ser realmente portador e reservatório da zoonose, uma vez que o mesmo, até a
confirmação não será tratado.
Sendo assim, para evitar que animais sejam mortos indevidamente, para um diagnóstico
de certeza para a LVC, para termos o conhecimento real e preciso da quantidade
de animais infectados com essa importante zoonose, a fim de proteger os humanos,
entendemos que o procedimento diagnóstico mais eficaz e seguro seria através da realização
de uma triagem sorológica (e.g., RIFI e ELISA), e nos cães com resultados positivos realizar a
confirmação por algum dos métodos parasitológicos, para aumentar a possibilidade de
diagnóstico da infecção ativa e minimizar a possibilidade de reação cruzadas. Os métodos
de imunomarcação (imuno-histoquímica ou imunocitoquímica) aumentam a capacidade dos
métodos parasitológicos em detectar o parasito.
de certeza para a LVC, para termos o conhecimento real e preciso da quantidade
de animais infectados com essa importante zoonose, a fim de proteger os humanos,
entendemos que o procedimento diagnóstico mais eficaz e seguro seria através da realização
de uma triagem sorológica (e.g., RIFI e ELISA), e nos cães com resultados positivos realizar a
confirmação por algum dos métodos parasitológicos, para aumentar a possibilidade de
diagnóstico da infecção ativa e minimizar a possibilidade de reação cruzadas. Os métodos
de imunomarcação (imuno-histoquímica ou imunocitoquímica) aumentam a capacidade dos
métodos parasitológicos em detectar o parasito.
Somente embasados em dados técnicos confiáveis sobre o número real de animais infectados
pela Leishmaniose Visceral Canina poderemos desenvolver técnicas mais eficazes para diminuir
sua disseminação, possibilitando o controle ético e humanitário da doença e o correto tratamento
em seres humanos.
pela Leishmaniose Visceral Canina poderemos desenvolver técnicas mais eficazes para diminuir
sua disseminação, possibilitando o controle ético e humanitário da doença e o correto tratamento
em seres humanos.
Fonte: Matar Não Resolve
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